Retorno de astronautas à Lua não deve acontecer antes de 2027 | Mundo & História

Representação artística do sistema de pouso humano (HLS) Starship, da SpaceX, sendo desenvolvido para a missão Artemis 3 da NASA / Crédito da imagem: NASA.

Os Estados Unidos podem ter que aguardar mais alguns anos para ver novamente seus astronautas indo à Lua. A missão Artemis 3, atualmente programada para voar em dezembro de 2025, talvez tenha que esperar até pelo menos 2027. Os esforços da NASA para levar de novo humanos à Lua – pela primeira vez desde o programa Apollo – provavelmente serão adiados por estarem comprometidos por “múltiplos desafios” e por um cronograma ambicioso, anunciou o Escritório de Responsabilidade do Governo dos Estados Unidos (GAO, na sigla em inglês).

Com base em entrevistas com funcionários da NASA e da indústria e na revisão da documentação, o GAO informou que encontrou uma quantidade significativa de trabalho técnico pendente no Sistema de Pouso Humano (ou HLS, na sigla em inglês), uma variante da Starship da SpaceX – e a forma de transporte da NASA para a superfície da Lua. Também resta um trabalho de design crucial para incorporar tanques de oxigênio maiores nos trajes espaciais que seriam usados pelos astronautas na Lua, afirmou o relatório.

Expectativa versus realidade

Com sede no Centro de Voos Espaciais de Marshall (Marshall Space Flight Center), no Alabama, o programa HLS ainda está trabalhando oficialmente para um lançamento em dezembro de 2025 e pretende concluir seu desenvolvimento em um total de 79 meses – cerca de um ano antes da média para grandes projetos da NASA, a maioria dos quais não envolve voos espaciais tripulados. Mas o GAO diz que o cronograma é improvável, já que o trabalho técnico complexo permanece, incluindo descobrir como transferir propelente (combustível) em órbita para o qual “a SpaceX fez progresso limitado no amadurecimento dessas tecnologias”.

O programa HLS e a SpaceX atrasaram oito dos treze marcos principais em seis meses a um ano, fazendo com que dois dos marcos adiados agora ocorram em 2025, mesmo ano do lançamento da Artemis 3 atualmente programado. Se o desenvolvimento do módulo de pouso HLS levar, em média, tanto tempo quanto outros grandes projetos da NASA, a missão Artemis 3 ocorreria no início de 2027, afirmou o relatório.

Trajes espaciais são outra preocupação

Para que esse cronograma de lançamento seja cumprido, no entanto, uma segunda preocupação urgente relacionada a uma mudança de design nos trajes espaciais que estão sendo desenvolvidos pela Axiom Space deve ser resolvida. No início deste ano, a empresa revelou um protótipo do traje, que alugaria à NASA para as missões da Artemis de pouso na Lua. Até agora, a Axiom completou dois marcos no trabalho relacionado ao desenvolvimento dos trajes espaciais, mas eles ainda estão nas fases iniciais de desenvolvimento, disse o último relatório do GAO.

Leia também: China quer levar taikonautas à Lua antes de 2030

Grande parte do trabalho pendente parece estar relacionado ao design do terno. A NASA exige que a Axiom desenvolva um traje que possa fornecer 60 minutos de suporte de vida de emergência, mas “o projeto original da NASA não forneceu a quantidade mínima de suporte de vida de emergência necessária para a missão Artemis 3”, de acordo com o relatório. Assim, a Axiom agora planeja reorganizar os componentes do traje espacial para que ele possa acomodar tanques de oxigênio maiores, mas se isso não for possível, precisará alterar o design atual, o que levaria mais tempo.

Se a NASA adiar oficialmente a data de lançamento do Artemis 3 para 2027, isso acabaria sendo um ano mais cedo do que sua meta original de 2028. O governo Trump, em 2019, havia estabelecido um cronograma de 2024, que a NASA acabou empurrando para a estimativa de lançamento atual em dezembro de 2025. Mas a própria agência considerou que a data de 2025 é otimista, já que em junho de 2023 apontava que atrasos no desenvolvimento da HLS/Starship tornavam improvável que a Artemis 3 fosse capaz de cumprir esse cronograma.

Via Space.com.

Mundo & História está no Instagram, WhatsApp, Telegram e Google Notícias. Não deixe de nos acompanhar por lá também!