Rolls-Royce apresenta microrreator nuclear para gerar energia na Lua | Mundo & História

Reator nuclear planejado pela Rolls-Royce poderia alimentar um posto avançado na Lua / Crédito da imagem: Rolls-Royce.

A Rolls-Royce revelou recentemente um conceito de reator nuclear que poderia fornecer energia para um futuro posto avançado na Lua. O minirreator, apresentado durante a Conferência Espacial do Reino Unido, em Belfast, tem cerca de 1 metro de largura e 3 metros de comprimento, e ainda não é capaz de produzir eletricidade. Segundo a companhia, se tudo correr conforme o planejado, levará cerca de seis anos e alguns milhões de dólares para ficar pronto para sua estreia no espaço.

A Agência Espacial do Reino Unido concedeu £2,9 milhões (aproximadamente R$ 18 milhões nas taxas de câmbio atuais) à Rolls-Royce em março deste ano para financiar o desenvolvimento dessa tecnologia lunar potencialmente inovadora. “Essa verba permitiu a pesquisa crucial e o desenvolvimento de tecnologias que nos aproximam da realização do microrreator,” afirmou Abi Clayton, diretora de programas futuros da Rolls-Royce, em comunicado. “Nosso Modelo de Conceito de Microrreator Espacial nos permite demonstrar como essa tecnologia trará benefícios imensos tanto para o espaço quanto para a Terra”, completou.

O reator em missões na Lua

O reator dependerá da fissão nuclear, o mesmo processo que permite às usinas nucleares terrestres gerar eletricidade. A maioria das missões à Lua, incluindo os rovers lançados recentemente pela China e Índia, tem utilizado energia solar como fonte de energia. Tal estratégia tem limitações óbvias, já que a Lua fica na escuridão por duas semanas a cada mês. Os rovers do Programa Lunokhod da Rússia na década de 1970 também dependiam de energia solar, enquanto as missões Apollo da NASA utilizavam células de combustível de oxigênio/hidrogênio e baterias para fornecimento de energia durante as históricas missões lunares tripuladas.

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Uma fonte mais simples e menos potente de energia nuclear utilizada em voos espaciais são os geradores termoelétricos radioisotópicos (RTGs). Essas baterias nucleares dependem do processo natural de decaimento radioativo, no qual um núcleo menos estável se transforma em um mais estável ao longo do tempo, liberando energia no processo. Os RTGs duram muito tempo, mas não produzem energia suficiente para sustentar uma missão tripulada. Por outro lado, o processo de fissão nuclear divide um núcleo atômico grande em fragmentos menores, produzindo muito mais energia, mas requer uma fonte externa de energia para iniciar.

Possíveis usos também na Terra

Ainda de acordo com a Rolls-Royce, o novo reator lunar terá um design modular e muitos usos possíveis também na Terra. “A tecnologia de microrreator fornecerá a capacidade de apoiar casos de uso comerciais e de defesa, ao mesmo tempo em que oferecerá uma solução para descarbonizar a indústria e fornecer energia limpa, segura e confiável” disse Clayton no comunicado.

Via Space.com.

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