Dois esqueletos de morcegos de 52 milhões de anos, descobertos em diferentes épocas em Wyoming, nos EUA, foram considerados os fósseis de morcegos mais antigos já achados, e revelaram também uma nova espécie. Biólogo evolutivo do Centro de Biodiversidade Naturalis em Leiden, na Holanda, Tim Rietbergen identificou as espécies quando começou a coletar medições e outros dados de espécimes de museus. A pesquisa foi publicada na revista científica PLOS One.
“Esta nova pesquisa é um passo à frente na compreensão do que aconteceu em termos de evolução e diversidade nos primórdios do morcego”, disse o pesquisador.
Atualmente existem mais de 1.400 espécies vivas de morcegos no mundo inteiro – só não estão presentes nas regiões polares. Mas ainda não está totalmente claro como estas criaturas evoluíram para serem o único mamífero capaz de voar.
Fósseis de morcego muito bem preservados
Os dois fósseis encontrados pelo biólogo estão bem preservados, com os esqueletos completos dos animais, incluindo os dentes. “Os esqueletos de morcegos são pequenos, leves e frágeis, o que é muito desfavorável para o processo de fossilização”, explicou.
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De acordo com o pesquisador, a espécie extinta recém-descoberta – Icaronycteris gunnelli – não era muito diferente dos morcegos atuais. A dentição revelou que o antigo mamífero voador vivia de uma dieta baseada em insetos. Além disso, o animal era minúsculo, pesando somente 25 gramas.
“Se ele dobrasse as asas ao lado do corpo, caberia facilmente na sua mão. Suas asas eram relativamente curtas e largas, refletindo um estilo de voo mais esvoaçante”, disse Tim.
Clima era quente e úmido
O morcego em questão viveu quando o clima do planeta Terra era quente e úmido. Os dois esqueletos estudados pelo biólogo provavelmente permaneceram bem preservados porque as criaturas caíram em um lago, deixando-as fora do alcance de predadores e em um ambiente mais propício à fossilização.
O antigo leito do lago, parte da Formação Green River de Wyoming, produziu diversos fósseis de morcegos. Um dos dois fósseis foi coletado por um colecionador particular em 2017 e adquirido pelo Museu Americano de História Natural. O outro pertencia ao Royal Ontario Museum em Toronto, no Canadá, e foi encontrado há mais tempo, em 1994.
Via CNN Brasil.
Jornalista pioneiro no campo da internet brasileira, Mario Cavalcanti começou a trabalhar com conteúdo online em 1996, tendo passado por portais de destaque como Cadê?, StarMedia Brasil, iBest, Globo.com e Click21. Gosta de assuntos como mistérios, criptozoologia, expedições e descobertas científicas. É editor do portal Mundo & História.