Quando estiver prestes a assistir a “Abigail” (2024, direção de Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, produção conjunta de Project X Entertainment, Vinson Films e Radio Silence Productions) e se quiser evitar spoilers, faça um favor a si mesmo: peça a alguém que dê início à exibição, ou seja, procure não ver a cartela de resumo da Amazon Prime Video – e passe longe do trailer e do pôster. Se você não se importa, tudo bem.
Abigail, personagem estrelada pela “quase estreante” atriz mirim irlandesa Alisha Weir, é uma bailarina virtuosa cuja especialidade está na “Cena Final” de O Lago dos Cisnes, famosa obra de Tchaikovsky, e cujo pai – Lazaar (Matthew Goode, de Chasing Liberty) – é um bilionário que aparentemente dirige negócios escusos, suspeitos.
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Após um ensaio noturno num teatro, a menina é raptada por uma equipe de patifes profissionais comandada por Frank (Dan Stevens, de Downton Abbey e de Godzilla x Kong: The New Empire): Joey (Melissa Barrera, de Pânico e de Pânico 6), Rickles (Will Catlett, de The Mentalist e de Constellation), Sammy (Kathryn Newton, de Big Little Lies), Peter (Kevin Durand, de Dark Angel) e Dean (o recém-finado Angus Cloud, de Euphoria); cada qual, além do próprio passado maculado, dotado de um talento útil para a operação em questão.
O grupo, cujos membros não se conheciam previamente, é contratado por Lambert (Giancarlo Esposito, ator que se transformou no que os americanos chamam de “character actor”, isto é, seus personagens são sempre variações de um anterior: no caso, o Gus Fring de Breaking Bad) com a promessa de que receberão 50 milhões de dólares do pai da menina.
A coisa segue relativamente bem até que criminosos e raptada vão a uma mansão no meio do nada – justamente para aguardar pelo pagamento do resgate enquanto a mantêm cativa. É aí que, digamos, os “problemas” começam… Abigail, além de mimada e chatinha, não é “apenas” uma garotinha de 12 anos, afinal, estamos em um filme de terror. Digamos que as coisas esquentam muito para os raptores!
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A direção é apenas competente, os cenários são condizentes e os efeitos visuais/sonoros são bons. A trilha sonora é discreta. As atuações não fazem feio: vale mencionar a mexicana Melissa Barrera, porém, a menina Alisha Weir é muito superior aos demais. Ela dança ballet, ri, chora, provoca (como toda criança mimada) e… outras coisas mais com uma naturalidade impressionante! Faz “caras e bocas”, contudo, sem ser caricata. Temos, nessa jovem atriz, uma grande promessa para o futuro.
Entretenimento descompromissado, para a gente “desligar o cérebro”, Abigail é uma boa pedida para o sábado à noite. Um plus: veja com as luzes apagadas.
Ah! Um comentário quase tardio: se os diretores tivessem sido corajosos, teriam feito o final de maneira diferente. Mas… essa é a minha opinião.
Formado em Comunicação Social com Especialização em Biblioteconomia, Marcus Garrett é pesquisador da história da chegada dos jogos eletrônicos ao Brasil. Publica livros, revistas e documentários acerca do tema, bem como coedita a Histórias Extraordinárias, publicação dedicada à ficção científica, ao horror cósmico e ao sobrenatural. É contista amador, tendo escrito alguns contos para a citada revista.