China e França lançam satélite para captura de explosões de raios gama | Mundo & História

Foto: Chen Haojie/Xinhua

A China lançou no sábado (22) um satélite astronômico, resultado de quase 20 anos de trabalho árduo entre cientistas chineses e franceses, para capturar explosões de raios gama que piscam como fogos de artifício no alcance mais distante do universo.

O satélite, Monitor Espacial de Objetos Variáveis de Multi-banda (SVOM, sigla em inglês), foi lançado por um foguete Longa Marcha-2C do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang, na Província de Sichuan, no sudoeste da China, de acordo com a Administração Espacial Nacional da China.

“Estamos ansiosos por algumas descobertas importantes, como as primeiras explosões de raios gama que ocorreram quando o universo ainda estava em sua infância, o que nos ajudará a estudar a evolução cósmica”, disse Wei Jianyan, que é o principal pesquisador chinês do SVOM e trabalha nos Observatórios Astronômicos Nacionais da Academia Chinesa de Ciências.

Como ocorrem as explosões de raios gama

As explosões de raios gama, geralmente de duração muito curta, são os fenômenos explosivos mais violentos do universo após o Big Bang e ocorrem durante o colapso de estrelas maciças ou a fusão de estrelas compactas binárias. Segundo Wei, a observação e a pesquisa aprofundadas das explosões de raios gama ajudarão a entender algumas das questões fundamentais da ciência.

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Os principais objetivos científicos do SVOM incluem a busca e a rápida localização de várias explosões de raios gama, a medição e o estudo abrangentes das propriedades da radiação eletromagnética dessas explosões, o estudo da energia escura e da evolução do universo por meio dessas explosões e a observação de sinais eletromagnéticos associados a ondas gravitacionais, de acordo com Wei.

“Ao usar as explosões de raios gama como ferramenta para observar o universo primitivo, podemos observar talvez as primeiras estrelas. Isso é muito interessante porque é a única maneira de obter informações sobre o universo nessa idade”, disse Bertrand Cordier, principal pesquisador francês do SVOM que trabalha na Comissão de Energias Alternativas e Energia Atômica da França.

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Quatro instrumentos científicos estão instalados no satélite, dois dos quais foram desenvolvidos pela China e dois pela França. Os quatro instrumentos são capazes de realizar um grande campo de visão e uma observação de alta precisão.

Da agência de notícias Xinhua.

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