Logo após tomar posse no início de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a chamar a atenção do mundo ao fazer uma série de declarações polêmicas sobre a Groenlândia. Em um de seus discursos mais recentes, ele afirmou: “Vamos tomar a Groenlândia de um jeito ou outro”. Mas o que está por trás desse interesse tão explícito dos EUA pela vasta ilha gelada?
A Groenlândia, território autônomo dinamarquês, é a maior ilha do mundo e possui uma localização estratégica no Ártico. Com o aquecimento global acelerando o derretimento das calotas polares, a região ártica tem se tornado cada vez mais acessível, despertando o interesse de potências globais por seus recursos naturais e rotas comerciais.
Um dos motivos que explicam o interesse dos EUA na Groenlândia é a sua posição geopolítica estratégica. A localização da Groenlândia no Ártico oferece uma vantagem militar e logística crucial. Com o degelo, novas rotas marítimas estão se abrindo, reduzindo o tempo de viagem entre continentes e aumentando a importância do controle sobre a região.
Outro ponto importante são os abundantes recursos naturais. A Groenlândia é rica em minerais raros, como terras raras, essenciais para a produção de tecnologias avançadas, incluindo smartphones, veículos elétricos e equipamentos militares — esse mercado hoje em dia é praticamente dominado pela China. Além disso, há indícios de reservas significativas de petróleo e gás natural.
Segurança nacional e o impacto das mudanças climáticas
Além dos motivos já levantados, outras questões, não menos importantes, podem estar influenciando o interesse. Um deles é o impacto das mudanças climáticas. O aquecimento global está transformando a Groenlândia, tornando-a mais acessível e atraente para exploração econômica. Os EUA, como uma das maiores potências mundiais, buscam garantir sua influência em um cenário que pode redefinir o equilíbrio global nas próximas décadas.
A região também pode estar no radar do país norte-americano como um ponto estratégico de monitoramento. O Ártico tem se tornado um palco de disputas entre potências como Rússia, China e os países da OTAN. Os EUA veem a Groenlândia como um ponto estratégico para monitorar e proteger seus interesses na região, especialmente diante do aumento da presença russa e chinesa.
Trump pode realmente comprar a Groenlândia?
A ideia de “comprar” a Groenlândia, proposta por Donald Trump em 2019 e novamente mencionada em 2025, gerou polêmica e até mesmo reações de incredulidade. A resposta curta é: não, os EUA não podem simplesmente comprar a Groenlândia. O território é uma nação autônoma dentro do Reino da Dinamarca, e sua soberania não está à venda.
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Tanto o governo dinamarquês quanto o groenlandês já deixaram claro que a ilha não é uma mercadoria. Além disso, a população local, composta majoritariamente por inuítes, tem forte apego à sua cultura e independência, reforçando a rejeição a qualquer proposta de transferência de soberania.
Apesar disso, o interesse dos EUA na Groenlândia não é novo. Em 1946, o governo americano já havia tentado comprar a ilha por US$ 100 milhões, mas a oferta foi rejeitada. A insistência de Trump baseia-se na importância estratégica que a região tem ganhado nos últimos anos, isto é fato. No entanto, qualquer avanço nesse sentido dependeria de um acordo multilateral envolvendo a Dinamarca, a Groenlândia e a própria população local.
Características da Groenlândia: saiba mais sobre a ilha!
❄️ Extensão – Com 2,16 milhões de quilômetros quadrados, a Groenlândia é a maior ilha do mundo. Apesar de seu tamanho impressionante, a maior parte do território é coberta por uma espessa camada de gelo, que chega a ter até 3 km de espessura em algumas áreas.
🌍 Geografia – Localizada entre os oceanos Atlântico e Ártico, a Groenlândia faz parte da região ártica. Seu clima é predominantemente polar, com invernos extremamente frios e verões curtos. O derretimento das calotas polares, no entanto, tem aberto novas possibilidades de exploração econômica e acesso a recursos naturais.
👥 População – A Groenlândia tem uma população de aproximadamente 56 mil habitantes, sendo a maioria de origem inuíte, um povo indígena esquimó com uma rica cultura e tradições milenares — e que habita principalmente as regiões árticas do Canadá, Groenlândia e do Alasca (EUA). A densidade populacional é uma das mais baixas do mundo, com a maior parte das pessoas vivendo em pequenas cidades costeiras, como Nuuk, a capital.
🤝 Autonomia política – A Groenlândia é um território autônomo dentro do Reino da Dinamarca. Desde 2009, o governo groenlandês tem controle sobre áreas como educação, saúde e recursos naturais, enquanto a Dinamarca cuida de assuntos como defesa e relações exteriores.
⛏️ Recursos naturais – A ilha é rica em minerais raros, petróleo, gás natural e pesca, atraindo o interesse de várias nações. Além disso, o degelo tem revelado novas áreas para exploração, aumentando ainda mais seu valor estratégico.