Girafa, zebra, leopardo… Como são formadas as pintas e listras desses animais?

A natureza é uma artista incansável, algumas de suas obras-primas podem ser vistas nas belíssimas padronagens dos animais. As listras das zebras, as manchas dos leopardos, as pintas das girafas e as marcas dos tigres não são apenas bonitas, mas também carregam grandes histórias sobre evolução, sobrevivência e adaptação. Mas como essas padronagens são formadas? E qual o propósito delas? Acompanhe abaixo.

A ciência por trás das padronagens

As padronagens dos animais são resultado de um processo complexo que começa ainda no desenvolvimento embrionário. Tudo tem início com a ativação de genes específicos que controlam a produção e distribuição de pigmentos na pele. Um dos mecanismos mais estudados é o chamado sistema de reação-difusão, proposto pela primeira vez pelo matemático Alan Turing na década de 1950.

De acordo com essa teoria, substâncias químicas (chamadas de morfógenos) interagem entre si, criando padrões que variam de acordo com a concentração e a velocidade com que se espalham. Esses padrões são então “traduzidos” em manchas, listras ou outras formas visíveis na pelagem dos animais. O curioso é que pequenas variações nesses processos podem resultar em padrões completamente diferentes, explicando por que cada espécie tem sua própria “assinatura” visual.

Mais do que apenas beleza: a evolução e o propósito por trás destes desenhos nos animais

Tais padrões de manchas e listras não existem por acaso. Elas são o resultado de milhões de anos de evolução, moldadas pela seleção natural para atender a diferentes propósitos. Aqui estão algumas das principais funções desses padrões:

1. Camuflagem

O propósito mais comumente discutido é o da camuflagem. Muitos animais usam suas padronagens para se misturar ao ambiente e evitar predadores. As manchas irregulares dos leopardos, por exemplo, ajudam-nos a se esconder entre as folhagens das árvores. Já as listras das zebras podem confundir os predadores, especialmente quando estão em movimento, criando uma espécie de ilusão de ótica.

2. Comunicação

Algumas padronagens servem como uma forma de comunicação entre indivíduos da mesma espécie. As listras das zebras, por exemplo, podem ajudar na identificação de membros do grupo ou até mesmo no reconhecimento de indivíduos específicos.

3. Regulação térmica

Há estudos que exploram a ideia de que as listras das zebras podem ter um papel na regulação térmica, além de outras funções, como camuflagem e proteção contra insetos. A teoria de que as listras ajudam a resfriar o corpo das zebras é uma das hipóteses mais intrigantes, embora ainda seja um tema de debate científico.

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A ideia é que as listras pretas e brancas criam microcorrentes de ar devido às diferenças na absorção de calor. As listras pretas absorvem mais calor, enquanto as brancas refletem a luz solar. Essa diferença de temperatura entre as áreas escuras e claras poderia gerar pequenos fluxos de ar ao redor do corpo do animal, ajudando a dissipar o calor e mantendo-o mais fresco sob o sol intenso da savana.

4. Reprodução

Em algumas espécies, as padronagens desempenham um papel crucial na atração de parceiros. Padrões mais vibrantes ou simétricos podem indicar saúde e boa genética, tornando o animal mais atraente para acasalamento.

Animal print: a beleza dos animais na moda

Não é difícil vermos roupas – principalmente no universo feminino – que replicam os belos padrões visuais dos animais. E existe até um nome bem conhecido para isso no ramo da moda: animal print (ou estampa de animal). Saias, casacos e jaquetas com listras de zebras ou de tigres são bem comuns.

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E o animal print não se aplica somente a mamíferos, compreendendo também répteis, peixes e aves. Entre os animais cuja padronagens estão presentes em roupas incluem onça, zebra, girafa, tigre, leopardo, vaca, cobra, jacarés, pavão e diversos outros.

A diversidade de padrões na natureza

A variedade de padronagens na natureza também impressiona. Essa diversidade é um reflexo das diferentes pressões evolutivas que cada espécie enfrentou ao longo do tempo.

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Até mesmo dentro de uma mesma espécie, os padrões podem variar. As zebras das planícies, por exemplo, têm listras mais largas do que as zebras das montanhas. Isso sugere que o ambiente e as necessidades específicas de cada população de animal podem influenciar a evolução das padronagens.

Na próxima vez que você ver um animal destes, busque enxergar além da beleza e entender o objetivo daquelas formas.