Crocodilos, bichos-preguiça, moluscos, rinocerontes… Muitas criaturas têm uma longa história evolutiva, cada uma adaptando-se à sua maneira e carregando consigo uma herança pré-histórica. Entre essas, uma das mais surpreendentes é o nautilus (ou náutilo). Este incrível molusco marinho não só sobreviveu através das eras, como também continua a nos fascinar com sua aparência única e suas características ímpares.
Os náutilos têm capturado a imaginação de cientistas e entusiastas da vida marinha por séculos. Com seu casco espiralado e movimentos graciosos nas profundezas dos oceanos, esses antigos animais pertencem ao grupo dos cefalópodes, sendo parentes distantes de polvos, lulas e sépias. Os náutilos são verdadeiros “fósseis vivos”, tendo permanecido praticamente inalterados por mais de 500 milhões de anos, o que os torna uma janela viva para o passado distante.
Esses animais habitam as águas tropicais do Indo-Pacífico, especialmente ao redor de regiões como as Filipinas, Fiji e a Grande Barreira de Corais da Austrália. Na fase adulta, atingem entre 20 e 25 centímetros de comprimento. O nautilus se destaca não apenas pela sua aparência peculiar, mas também por suas adaptações únicas e comportamento intrigante. Vamos explorar de perto o que torna o nautilus tão especial? Veja a seguir dez curiosidades sobre esse animal.
Curiosidades sobre o nautilus
1. Fóssil vivo: o nautilus é um dos poucos animais que sobreviveram praticamente inalterados desde o período Cambriano, há cerca de 500 milhões de anos. Essa longevidade evolutiva lhe rendeu o título de “fóssil vivo”;
2. A descoberta: o gênero Nautilus foi classificado pela primeira vez pelo botânico, médico e zoólogo sueco Carolus Linnaeus (ou Carlos Lineu), em 1758, ao descrever sua espécie mais conhecida: Nautilus pompilius;
3. Novas espécies: é intrigante vermos que nos dias de hoje espécies novas do gênero Nautilus continuam sendo descobertas. Em janeiro de 2023, um artigo publicado na revista científica ZooKeys identificou três novas espécies, incluindo o Nautilus vanuatuensis, da imagem em destaque;
4. Casco espiralado: o casco do nautilus é uma obra-prima da natureza, apresentando uma espiral perfeita que segue a sequência de Fibonacci. Esta estrutura não é apenas bela, mas também funcional, ajudando na flutuabilidade e proteção;
5. Câmaras internas: o casco do nautilus é dividido em várias câmaras internas cheias de gás, que o animal pode ajustar para controlar sua flutuabilidade. À medida que cresce, o nautilus cria novas câmaras e se move para a mais externa, selando as anteriores;
6. Visão pobre: diferente de outros cefalópodes, o nautilus possui uma visão bastante limitada. Seus olhos, embora grandes, não têm lentes verdadeiras, funcionando mais como câmeras pinhole que capturam luz e sombra;
7. Modo de locomoção: o nautilus se move utilizando um mecanismo de propulsão a jato. Ele suga água para dentro de sua cavidade corporal e a expulsa através de um funil, impulsionando-se para frente de maneira controlada;
8. Alimentação: este cefalópode é um predador noturno e se alimenta principalmente de crustáceos e peixes. Ele utiliza seus numerosos tentáculos, que não possuem ventosas, para capturar e manipular suas presas;
9. Longevidade: em comparação com outros cefalópodes, o nautilus tem uma vida relativamente longa, podendo viver até 20 anos. Isso contrasta fortemente com a vida curta de polvos e lulas, que geralmente duram apenas alguns anos;
10. Adaptabilidade: o nautilus é capaz de sobreviver em diferentes profundidades oceânicas, variando de 100 a 700 metros. Normalmente ele se move verticalmente ao longo da coluna d’água para buscar alimento e evitar predadores.
Veja abaixo um náutilo se movimentando.
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Jornalista pioneiro no campo da internet brasileira, Mario Cavalcanti começou a trabalhar com conteúdo online em 1996, tendo passado por portais de destaque como Cadê?, StarMedia Brasil, iBest, Globo.com e Click21. Gosta de assuntos como mistérios, criptozoologia, expedições e descobertas científicas. É editor do portal Mundo & História.