Após 16 anos de operações orbitais, o satélite europeu ERS-2 (European Remote Sensing Satellite 2) reentrou nesta quarta-feira (21) na atmosfera da Terra, marcando o fim de uma era de observação ambiental. O satélite, que foi aposentado em 2011, realizou uma série de manobras ao longo dos anos, visando a sua entrada e culminando em sua descida final.
A Agência Espacial Europeia (ESA) monitorou de perto a trajetória do ERS-2, com previsões iniciais apontando para uma reentrada na quinta-feira. No entanto, a reentrada ocorreu antes do esperado, às 14:17 do horário de Brasília, com uma margem de erro de mais ou menos uma hora e meia. A incerteza do tempo exato foi atribuída à dificuldade em prever a densidade atmosférica e as condições climáticas espaciais atuais.
Leia também: Satélite europeu encontra colônia desaparecida de pinguins
Em uma publicação na rede social X (antigo Twitter), a ESA confirmou a reentrada do ERS-2 sobre o Oceano Pacífico, em um ponto entre o Alasca e o Havaí.
A agência espacial disse ainda que o combustível restante foi descartado como uma forma de precaução – caso o ERS-2 se rompesse a uma altitude que fosse considerada perigosa para outros satélites.
ERS-2: pioneiro em missões de dados sobre a atmosfera
O ERS-2, lançado em 1995, foi pioneiro em missões de teledetecção da Terra, fornecendo dados valiosos sobre a atmosfera, oceanos, gelo e características da superfície terrestre. Sua contribuição para a compreensão das mudanças ambientais e climáticas foi significativa, auxiliando em áreas como ciências ambientais, meteorologia e gestão de recursos naturais.
Embora a reentrada de satélites seja um processo natural e frequentemente controlável, dessa vez não foi possível controlar como da forma usual. No entanto, as chances de qualquer fragmento atingir uma pessoa foram calculadas como uma em um bilhão, com a maior parte dos detritos provavelmente caindo em oceanos, dada a vasta superfície aquática da Terra.
Leia também: Ingenuity deixa de funcionar após quase três anos em Marte
A comunidade científica e entusiastas do espaço acompanharam o evento, que serve como um lembrete da constante evolução da tecnologia espacial e da necessidade de monitoramento contínuo de objetos em órbita. O legado do ERS-2 permanecerá através dos dados coletados, que continuarão a informar pesquisas futuras e a compreensão do nosso planeta.
Jornalista pioneiro no campo da internet brasileira, Mario Cavalcanti começou a trabalhar com conteúdo online em 1996, tendo passado por portais de destaque como Cadê?, StarMedia Brasil, iBest, Globo.com e Click21. Gosta de assuntos como mistérios, criptozoologia, expedições e descobertas científicas. É editor do portal Mundo & História.